eu gostaria de retirar o meu cérebro e torcer ele num balde para depois beber todo o líquido que eu conseguir tirar. estou sendo inundada de pensamentos há meses, mas incapaz de transcrever metade deles com alguma capacidade digna — quer dizer, eu adoraria sentar e me forçar a escrever por horas até conseguir ter algum proveito disso, mas é impossível forçar um peido sem se cagar e, sinceramente, eu odiaria que alguma coisa minha saísse de forma desordenada!
ter um egocentrismo bastante inflado quando se trata da escrita me traz danos irreparáveis — os quais eu me acostumei e aprendi a lidar — que são um empecilho de difícil manobra, poucas vezes encontrei problemas sem algum tipo de saída escrota que eu não pudesse me aproveitar, mas ter uma exigência extrema consigo mesma para trazer sempre o melhor do melhor é complicadíssimo! houveram tempos que eu brincava de ser escritora e, nessa mesma brincadeira, conseguia canetar textos impressionantes, o problema mesmo começa quando o cérebro é marretado diversas vezes e todo aquele encanto desaparece sobrando apenas você (eu) e o vazio (minha mente) para discutir como seguir em frente com algo que naturalmente explodia e que agora com muito esforço solta um peido molhado.
quer dizer, eu comecei esse blog na intenção de escrever escrachadamente até me reencontrar, mas até mesmo aqui eu tive essa pequena interferência dos satélites que rodeiam a minha cabeça e não consigo mais produzir merda nenhuma! digo, devo fazer uma errata e corrigir minha frase anterior porque estou, atenção, criando arte e não produzindo.
bom, é difícil. é complicado ter de forçar algo para que eu não fique sempre no mesmo lugar — até cheguei a pensar que seria fácil voltar ao processo porque tenho outra musa novamente, algo que me faz brilhar os olhos e sonhar com incríveis cenários outra vez, porém eu fico travada no processo de como começar e ainda mais presa no instante que dou continuidade, não é fácil, mas costumava ser e me frustra o dom ter sumido. talvez seja minha culpa por ter deixado de praticar, ou talvez eu realmente tenha morrido esse tempo todo e só então fui reviver, por isso tenho de aprender a andar novamente e com andar eu quero dizer escrever.
de pouco em pouco eu aprendo novamente e cada dia que passa eu dou novos passos, talvez assim eu não precise forçar peidos.